Golfinhos amarelos // Delfines amarillos // Netuno e as faunas // Neptuno y las Faunas // Nicolás García Sáez

Nicolás García Sáez

 

Golfinhos amarelos*

Sou o palhaço que ilumina com sua boca tuas tardes de chumbo / Toco o anzol em tua barriga e os peixes mortos de rir / Sou o fantasma que te abriga com suas sombras nos dias de chuva / Mordo o abraço de teus lábios que tiritam fartos do medo /

Vejo em tua pele golfinhos amarelos / Sangrando espuma pelos olhos rotos / Bebo em tua taça os sucos do vento / Luto e sou varrido com os restos de uma onda / Sopro o rubor, que arde em tuas bochechas / Nado na água do fim de tuas entranhas /

Sou o viajante que te guia com suas horas de fumaça e terra / Provo o feitiço de teu hálito que derrete as cores mais frias / Sou o soldado que combate com sua tropa tuas noites de insônia / Corro na areia de teus peitos que me envolvem na sua tepidez /

Vejo em tua pele golfinhos amarelos / Sangrando espuma pelos olhos rotos / Bebo em tua taça os sucos do vento / Luto e sou varrido com os restos de uma onda / Sopro o rubor, que arde em tuas bochechas / Nado na água do fim de tuas entranhas

 *Letra de uma canção do autor

 

Delfines amarillos

Soy el payaso que ilumina con su boca tus tardes de plomo / Toco el anzuelo en tu barriga y a los peces muertos de risa / Soy el fantasma que te abriga con sus sombras los días de lluvia / Muerdo el abrazo de tus labios que tiritan hartos de miedo

Veo en tu piel delfines amarillos / Sangrando espuma por los ojos rotos / Bebo en tu copa los jugos del viento / Lucho y me barren los restos de una ola / Soplo el rubor, que arde en tus mejillas / Nado en el agua del fin de tus entrañas

Soy el viajero que te guía con sus horas de humo y de tierra / Pruebo el hechizo de tu aliento que derrite los colores más fríos / Soy el soldado que combate con su tropa tus noches de insomnio / Corro en la arena de tus pechos que me envuelven con toda su tibieza

Veo en tu piel delfines amarillos / Sangrando espuma por los ojos rotos / Bebo en tu copa los jugos del viento / Lucho y me barren los restos de una ola / Soplo el rubor que arde en tus mejillas / Nado en el agua del fin de tus entrañas

 

Cancíon / poema: Nicolás García Sáez  ( Neptuno y las Faunas / Buenos Aires Poetry / 2014 )

Nicolás García Sáez ( Netuno e as Faunas / Editorial Oliverio / 2020 )

Traducción al portugués: Paola Arbiser

Ilustración: Irupé Roch

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